v. 37 n. 79 (2022):

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                                                                           EDITORIAL

A Revista da Escola Superior de Guerra apresenta carácter científico-acadêmico e zela pela comprovação de dados apresentados nos textos. Nossa Revista propõe a comunicação à sociedade acadêmica dos resultados de pesquisas em andamento ou concluídas. Com esse intuito desejamos garantir a memória da ciência e o ineditismo dos autores.

As revistas científicas, tais como a nossa, são meios de transmissão e de reprodução do conhecimento, o que estimula desdobramentos desses estudos ainda no seu nascedouro. A relevância e a agilidade da publicação permitem que todos os profissionais tenham acesso ao que está sendo pesquisado no Brasil e em outras latitudes. Cada vez mais, desejamos apresentar ao mundo profissionais brasileiros capazes de ler a realidade e de construir novos horizontes de pesquisa apoiando-se em conhecimentos e tecnologias já existentes, recentes e em gestação.

No número 79, volume 37, este periódico traz ao público oito artigos, advindos de pesquisas conclusas ou em andamento. Os temas estão ligados ou são transversais ao Programa de Pós-Graduação em Segurança Internacional e Defesa da Escola Superior de Guerra.

Abrindo a edição, em Uma estratégia de Defesa Ambiental, Bruno Martini e Maria Célia Barbosa Reis da Silva exploram o conceito de Defesa Ambiental em evidência nos diversos setores que desejam destaque no mercado do cenário mundial. Além de descortinar o conceito de Defesa Ambiental como estratégia para o poder nacional e para a sobrevivência no planeta, os autores enfatizam o potencial do Brasil em protagonizar mundialmente este debate, envolvendo atuações de ministérios, e órgãos de inteligência, de cultura, entre outros.

No segundo artigo, Recuperação do orçamento de Defesa: uma análise sob aspectos determinantes da demanda de defesa, Abel de Castro Laudares e Luiz Tirre Freire propõem, calcados em diferentes métodos de pesquisa, avaliar o atual orçamento voltado à Defesa Nacional, com o intuito de não apenas visar à melhor eficiência do setor, mas também aperfeiçoar e democratizar o debate.

Webert Leandro Barreto da Silva e Ivan Muniz de Mesquita, autores de As duas dimensões do uso militar do espaço: a militarização e a armamentização, em resposta a um déficit de material bibliográfico sobre o aumento da presença militar no espaço e sua implicação geopolítica, discorrem sobre a necessária distinção dessas atividades nessa área.

Com base em relatos de mulheres envolvidas com espionagem nas Guerras Mundiais, o artigo de Thiago da Silva Pacheco, Mulheres, espionagem e Serviço Secreto: uma análise prosopográfica, possui como objeto de investigação a atuação feminina nos dois dos maiores conflitos do século passado. O empoderamento dessas mulheres que a tudo se expuseram em prol de uma causa exibe um assunto em pauta na literatura hodierna.

A Ellen Cristine Giese, externamos nossa saudade e agradecemos a família e amigos, condescendente com a publicação, pelo legado derradeiro, sob forma de artigo, deixado para nosso periódico. Neste texto acadêmico, a conhecida pesquisadora discute o impacto da pandemia do novo coronavírus sobre o setor mineral: Minerais estratégicos: desafios globais para o pós-COVID-19. Nele apresenta dados da produção durante o período das medidas de enfrentamento, expõe as fragilidades pré-existentes do setor e as estratégias de suprimento desses materiais a médio e longo prazos de alguns países.

No sexto artigo, A relação entre o Direito e a Guerra na constituição do Estado e o conflito entre Israel e Palestina, é discutido o impacto de enfrentamentos locais no cenário geopolítico global. Aplicando os estudos de Philip Bobbitt, os pesquisadores Érika Rigotti Furtado e Guilherme Sandoval Góes comentam o conflito dos dois países, pondo em destaque as questões do nacionalismo e da formação de Estado como estratégia de defesa.

Prenúncio de futuros conflitos alimentares no século XXI: os casos do Iêmen e do Qatar, artigo de Daniel Vidal Pérez e Yasmim Abril Monteiro Reis, proporciona uma discussão acerca das estratégias de ataque envolvendo a restrição de alimentação nas regiões desses dois países da Península Arábica. Revela também o quanto alguns conflitos não ganham espaço na mídia em detrimento de outros em evidência diária.

Finalizando a edição, em A trajetória da Arquitetura de Paz e Segurança Africana, Jacintho Maia Neto discute o rumo do esforço coletivo de autoridades do continente africano no combate à colonização e na emancipação de gestão dos países. Tal clamor pela paz foi se materializando, desde a criação da Organização da União Africana (OUA), centralizando o combate, a colonização e a não intervenção em assuntos internos dos países. A União Africana (UA) substituiu esses pilares pela busca de “soluções africanas para problemas africanos”.

Nossa Revista está aberta à cooperação de todos na forma de artigos ou de opiniões. Boa leitura e que ela conduza a reflexões sobre futuros caminhos do Brasil.

 

Maria Célia Barbosa Reis da Silva

Publicado: 04-04-2023