v. 36 n. 78 (2021)

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                                                                                  EDITORIAL
Em seu número 78, volume 36, esta revista – publicada há 39 anos – apresenta abordagens que privilegiam a diretriz do Programa de Pós-Graduação em Segurança Internacional e Defesa (PPGSID) da Escola Superior de Guerra (ESG) e a sua linha editorial. Nosso eixo, portanto, está interligado ao estudo dos conflitos, à segurança, às tensões políticas globais, às políticas e às estratégias relacionadas com o planejamento da defesa nacional, poder nacional e ciências militares. Os conceitos de defesa e de estratégia são elásticos, implicando conversas com outras disciplinas, desde que o fio condutor não se distancie dos temas abordados no dia a dia da Escola.

Este periódico é quadrimestral e é composto por oito artigos inéditos ou por parte de pesquisas em andamento. Os textos científicos aqui publicados precisam mostrar a metodologia escolhida, e as referências devem obedecer aos preceitos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

O primeiro texto – A segurança humana multidimensional e o Estado Democrático de Direito da era Pós-Pandemia – trabalha o conceito de Segurança com olhar voltado para a Segurança Humana, ou seja, para a proteção do homem em detrimento do foco voltado costumeiramente para a proteção do Estado. Guilherme Sandoval Góes e Márcio Santiago Higashi Couto enveredam por um impacto diferenciado do Estado Democrático de Direito.

O segundo artigo permanece no âmbito da Segurança. O articulista Rodrigo de Almeida Paim traz para discussão o Programa Calha Norte e busca explicar a sua contribuição para a segurança e defesa da faixa de fronteira amazônica, tratando a importância estratégica dos Pelotões Especiais de Fronteira (PEF).

O terceiro artigo, de Eduardo Migowski, cujo título principal carrega um sentido paradoxal: a Diplomacia do Apocalipse, discorre sobre o quanto as decisões políticas propiciaram o cenário para a tragédia da Segunda Guerra Mundial. O artigo objetiva entender o porquê de o crescimento da ideologia nazista não ter sido interrompido em seu início.

No quarto texto, os autores, Batista Junior, Milli Pereira, Teixeira Moita e Franchi, se empenham em analisar a Guerra da Tríplice Aliança, também conhecida como Guerra do Paraguai, a partir da trindade do militar prussiano Clausewitz, conferindo as modificações do status de cada país participante da guerra, antes e durante o conflito.

O artigo quinto – As origens da Polícia do Exército brasileiro na Segunda Guerra Mundial – continua o tema da guerra, mas no século XX e no âmbito mundial. Marcelo Monteiro Maltez e Daniel Mendes Aguiar Santos envidam pesquisas para resgatar as origens da Polícia do Exército brasileiro, em 1944, assim como seu envio para os campos de batalha na Itália e o legado deixado pela criação da tropa após a Segunda Guerra Mundial.

Marcelo Zampier Bussmann e Marta Maria Telles, no sexto artigo, abordam a importante contribuição dos ensaios em voo para o cenário científicotecnológico brasileiro. A atividade pouco conhecida pelo grande público, segundo os articulistas, é fundamental para as aviações civil e militar e desempenha um papel relevante no que diz respeito às estratégias nacionais de defesa.

Ainda no rastro da tecnologia, o penúltimo artigo da edição discute a atuação da China e suas capacidades no conceito de antiacesso e de negação de área (A2/AD), que vem se aprimorando desde o fim da Guerra Fria. Fernanda das Graças Corrêa ressalta a atuação do país nessas capacidades, mais especificamente na região da Ásia-Pacífico, assim como as preocupações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de países vizinhos diante do avanço tecnológico da China.

No oitavo e último artigo, os autores do texto – Giovanna Ferreira, Marcus Vinícius Costa, Bruno Suhett, Brunno Nunes Menezes e Carlos Cesar de Castro Deonisio – realizam um levantamento sobre o impacto negativo causado pela pandemia do Coronavírus, principalmente pela chamada primeira onda, nas Empresas de Defesa (ED) e Empresas Estratégicas de Defesa (EED). Para obtenção dos dados trabalhados no artigo, foi feita uma pesquisa a partir de um questionário direcionado a 114 empresas da área.

Leitores, desejamos que esses artigos possam constituir uma amostragem dos temas abordados na pós-graduação e nos debates entabulados nos corredores da Escola Superior de Guerra por pesquisadores civis e militares. Boa leitura!

Publicado: 09-11-2022