v. 36 n. 77 (2021)

EDITORIAL
O número 77, volume 36 da Revista da Escola Superior de Guerra, fica exposto aos nossos leitores num quadro mais ameno da epidemia que assolou a normalidade do mundo e do Brasil. Nossa Revista de cunho científico-acadêmico celebra a Ciência e a todos que fazem da pesquisa e do resultado obtido por meio dela uma missão. No passado recente e no presente em curso, o enfrentamento ao Coronavírus (COVID-19) movimentou todas as áreas e disciplinas em várias latitudes do planeta em busca de diminuir e mitigar as mortes e aliviar as sequelas que a doença deixa no ser humano. Todas as estratégias, em âmbito civil e militar, têm sido engendradas com o intento de livrar a humanidade desta e de outras pandemias que possam ser vislumbradas no horizonte.
Esta e outras revistas, editadas sob a égide da pandemia, são contagiadas pelos ares científicos do período e pelo olhar no cenário advindo pós-pandemia: cada vez mais, a interdisciplinaridade faz-se necessária para construção de um porvir saudável e empático para humanidade. Com esse espírito, marcado pela esperança, apresentamos os artigos que compõem o número de nosso periódico correspondente ao quadrimestre maio/ agosto.
No primeiro artigo desta edição, Daniel Pérez e Matheus Henrique, por meio de uma abordagem estatística, expõem um padrão em variáveis envolvendo conflitos provocados por agentes como fome, instabilidade e terrorismo. Os autores acreditam que a temática da segurança alimentar é um fator de grande importância para explicar conflitos mundiais em andamentos nas várias latitudes do planeta.
Já no texto seguinte, Filipe Ferreira e Humberto Lourenção levantam em seu estudo a importância de uma base aérea estar apta a defender suas aeronaves em solo. Para tal, apontam o uso de veículos blindados como ferramenta essencial na realização dessa defesa de aeródromos brasileiros localizados em zonas urbanas. O estudo detalha as especificações técnicas de cada veículo, assim como o que cada missão requer em prol da defesa das bases aéreas.
O terceiro artigo aborda a relação entre China e Estados Unidos e como a mudança de protagonismo econômico global pode se tornar também uma ameaça bélica. Sylvio Augusto de Mattos Cruz lança mão de três abordagens realistas para explicar os possíveis resultados da atuação dos dois Estados nesse entrave de duas potências mundiais.
No quarto texto, é feita uma análise sobre a mudança das conferências dos ministros de relações exteriores feitos para a Escola Superior de Guerra, de 1952 a 2012. Ana Carolina de Oliveira Assis e Felipe Ferreira de Oliveira Rocha buscam avaliar como a temática dos discursos foi se alterando com o tempo, principalmente após o fim da guerra fria.
Os articulistas, Jorel Musa de Noronha Lemes e Danny Zahreddine, realizam uma investigação a respeito do sistema de comando, controle e comunicações e seu impacto na cooperação entre o Oitavo Exército e a Desert Air Force na Campanha do deserto ocidental, durante a Segunda Guerra Mundial.
Passando ao sexto artigo, A botânica na identidade dos brasões brasileiros: um resgate dos símbolos para a soberania nacional, os autores Patrick de Castro Cantuária, Raullyan Borja Lima e Silva, Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo e Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida empenham-se na feitura de um levantamento dos brasões brasileiros que apresentam simbologia de planta, com intuito de promover um resgate histórico calcado no patriotismo e na soberania nacional.
Em Povo e patriotismo no Estado hegeliano, penúltimo texto, Renon Fonseca parte da noção do Estado racional de Hegel para articular as ideias de povo e patriotismo e ressalta o quanto o espírito de nacionalidade é essencial para a constituição da unidade povo.
Fechando a edição do segundo quadrimestre de 2021, as autoras, Juliana Cristina Carlos Anna Thereza Thomé Leão e Daniela Cia Penoni, do artigo – Autopercepção da saúde oral e qualidade de vida de militares embarcados – pensando na qualidade de vida de militares embarcados, realizaram um levantamento de dados com intuito de avaliar a qualidade da saúde oral desses militares e como o estresse pode impactar na saúde desses agentes públicos.
Como a leitura é um processo abrangente patrocinado pelo diálogo entre texto, autor e leitor, os artigos só se completam por meio dos nossos ledores, a quem direcionamos os textos. Boa reflexão.