MIGRAÇÕES FEMININAS NA FRONTEIRA AMAZÔNICA:
REFLEXÕES A PARTIR DO CONFLITO ARMADO COLOMBIANO
DOI:
https://doi.org/10.47240/revistadaesg.v29i59.195Palavras-chave:
Conflito armado. Fronteira Amazônica.Violências sexuais. Migrações femininas forçadas.Resumo
O presente artigo tem por objetivo refletir sobre os processos de migrações forçadas de mulheres e meninas através da fronteira entre Brasil e Colômbia, tendo como principal hipótese para a existência desse fenômeno, as violações sexuais sofridas pelas mulheres no marco do conflito armado colombiano. Tal análise se justifica pela escassez de trabalhos, principalmente no campo historiográfico, que tenham como preocupação fundamental a violência sexual como elemento motivador do fluxo migratório feminino na fronteira amazônica e, ao mesmo tempo, como uma das armas de guerra utilizadas por todos os atores armados do conflito colombiano. A partir das contribuições das Ciências Sociais, da Geografia, da História, especialmente a História do Gênero, das Migrações Forçadas e História Militar, sustentaremos nossa análise com base nos conceitos de gênero, classe e raça/etnia, em relação com os conceitos de fronteira, arma e deslocamento forçado. A relação entre as categorias teóricas citadas e o processo de migração feminina na fronteira amazônica será realizada a partir do diálogo com os relatórios produzidos pela Consultoria para los Derechos Humanos y el Desplazamiento (CODHES), os dados estatísticos de solicitações de refúgio de colombianos no Brasil, elaborados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a limitada literatura já produzida no Brasil e na Colômbia sobre o tema. Partimos do pressuposto de que a violência sexual no contexto de conflito armado, que por si só já impõe um medo generalizado, é especialmente cruel para as mulheres, pois estas se veem vítimas de múltiplas violências de guerra, são sempre humilhadas, torturadas e violentadas por meio deagressões de cunho sexual. E quando falamos de um território com características étnicas e demográficas tão específicas quanto a Amazônia, a violência sexual exercida pelos atores armados colombianos se torna uma arma com consequências genocidas, uma vez que atenta contra a existência de comunidades indígenas que já se encontram em situação de vulnerabilidade social. O que se pretende com este trabalho é fomentar um debate, no interior da Historiografia, que culmine com o aumento de pesquisas sobre a transnacionalização do conflito armado colombiano, através das migrações transfronteiriças.
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