FRAÇÃO DE TROPA COMO VETOR DE INTELIGÊNCIA EM OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI E DA ORDEM
DOI:
https://doi.org/10.47240/revistadaesg.v38i84.1317Resumo
As guerras de quarta geração redefinem os conflitos contemporâneos, com atores não estatais que estabelecem micro soberanias dentro do Brasil, adotando uma forma de insurgência motivada por ganhos financeiros, denominada insurgência criminal. Para contrapor isso, as Forças Armadas (FA) são empregadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (OpGLO), enfrentando desafios complexos em cenários urbanos. Isso faz com que os comandantes necessitem de uma ampla gama de informações para tomar decisões. Assim, foi delineada essa pesquisa com o objetivo de analisar como as pequenas frações de tropa, empregadas em missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), podem contribuir para o assessoramento no processo decisório do comandante. Para atingir esse objetivo, utilizou-se uma pesquisa exploratória, adotando uma abordagem qualitativa, analisando materiais relacionados à guerra irregular, GLO e inteligência. O estudo baseou-se em revisão bibliográfica, que demonstrou que os especialistas destacam a importância das tropas no terreno, próximas da população, visando obter informações. Em seguida, foi realizada uma pesquisa documental, que mostrou que a obtenção de dados é realizada por meio dos escalões superiores de inteligência, sem envolver a tropa convencional. Por último, realizou-se um levantamento de campo por meio da aplicação de questionário a oficiais que participaram de OpGLO, corroborando os autores estudados e demonstrando que a tropa é capaz de fornecer informações do Teatro de Operações (TO). A pesquisa constatou que o emprego de frações de tropa em atividades próximas à população, no TO, fornece informações para auxiliar o comandante da OpGLO na tomada de decisão.
analisar como as pequenas frações de tropa, empregadas em missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), podem contribuir para o assessoramento no processo decisório do comandante.Para atingir esse objetivo, utilizou-se uma pesquisa exploratória adotando uma abordagem qualitativa, analisando materiais relacionados à guerra irregular, GLO e inteligência. O estudo baseou-se em revisão bibliográfica, que demonstrou que os especialistas destacam a importância das tropas no terreno, próximas da população, visando obter informações. Em seguida, foi realizada uma pesquisa documental, que mostrou que a obtenção de dados é realizada por meio dos escalões superiores de inteligência, sem envolver a tropa convencional. Por último, realizou-se um levantamento de campo por meio da aplicação de questionário a oficiais que participaram de OpGLO, corroborando os autores estudados e demonstrando que a tropa é capaz de fornecer informações do Teatro de Operações (TO). A pesquisa constatou que o emprego de frações de tropa em atividades próximas à população, no TO, fornece informações para auxiliar o comandante da OPGLO na tomada de decisão.
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