A DIPLOMACIA DO APOCALIPSE

O ACORDO DE MUNIQUE, O PACTO NAZISOVIÉTICO E AS ORIGENS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Autores

  • Eduardo Seixas Migowski UFF/Esfcex

Resumo

A Primeira Guerra Mundial normalmente é apontada como responsável pela destruição causada pela Segunda. Essa afirmação precisa ser relativizada. Por mais profunda que a hecatombe de 1914-1918 tenha sido, a humanidade não estava fadada a colapsar novamente vinte anos depois. Para entender o que o historiador Eric Hobsbawm (1998) chamou de lento deslizar na direção da barbárie é fundamental analisar as decisões políticas que contribuíram para a tragédia. Com a reconstrução da Alemanha e da União Soviética, o equilíbrio de poder de Versalhes tornar-se-ia insustentável. Os diplomatas, então, decidiram promover a redistribuição dos recursos no tabuleiro europeu. Essa é a origem da fatídica política do apaziguamento. Nossa hipótese é que, após a ascensão do nazismo, a ideologia sobrepujaria o realismo na condução dos assuntos externos, impossibilitando a estabilidade sistêmica. Doravante, a política externa passaria a ser orientada por critérios diferentes. A falta de percepção a respeito da verdadeira natureza do nacional socialista, e do funcionamento da diplomacia pós-Weimar, possibilitou o crescimento do Terceiro Reich em um nível que, para ser contido, aproximadamente 50 milhões de vidas seriam perdidas. Essa foi a diplomacia do apocalipse.

Biografia do Autor

Eduardo Seixas Migowski, UFF/Esfcex

Atualmente trabalha como professor de História do Colégio Militar do Recife (CMR). Possui Doutorado em Ciências Políticas pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/RIO). Cursou a graduação em História (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade Gama Filho (UGF). Contato: eduardomigowski@hotmail.com

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Publicado

09-11-2022

Edição

Seção

Artigos