Sobre a Revista

A Revista da Escola Superior de Guerra é um periódico quadrimestral, que publica trabalhos originais e inéditos, com foco em Defesa Nacional, Ciência Política e Relações Internacionais.

 

Notícias

Caros articulistas, pareceristas e leitores,

10-12-2024

Este ano de 2024 se encerra com o sentimento de missão cumprida com o lançamento dos três periódicos publicados na plataforma OJS e com as versões da revista comemorativa dos 75 anos da Escola Superior de Guerra em três versões: Português, Inglês e Espanhol.

Concluímos mais um ano de produção acadêmica, pesquisa e troca de saberes, em um mundo cada vez mais complexo em função dos acontecimentos que são noticiados em tempo dinâmico. Reiteramos nosso papel de investigação e de olhares múltiplos direcionados em todos os pontos do planeta que, de alguma forma, influenciam a Segurança, a Defesa e as Relações Internacionais. Firmamos nosso compromisso com a escrita como ferramentas para compreender, transformar e construir liames entre diferentes áreas do conhecimento com as quais dialogamos.

Este ano exigiu muitas leituras e resiliência, mas também foi marcado por conquistas que ampliam a relevância de espaços abertos como esta revista, que patenteia o conhecimento científico e o pensamento crítico. Agradecemos a cada autor, avaliador, e leitor que tornou possível a continuidade deste projeto em andamento.

O olhar mira 2025, e para o êxito da nossa Revista convidamos a todos que prossigam contribuindo e dialogando conosco. Que 2025 venha cheio de inspiração, de coragem para explorar novas questões e de transmissão e divisão do conhecimento, pois só assim podemos construir um futuro mais justo, igual e inovador.

Com votos de um ano próspero e produtivo,

Equipe Editorial

Saiba mais sobre Caros articulistas, pareceristas e leitores,

Edição Atual

v. 39 n. 87 (2024)
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                                                                                                 APRESENTAÇÃO

 

Este ano de 2024, em breve, será pretérito. A velocidade acirrou-se no século XXI. O tempo com as redes sociais e com a internet, recantos virtuais em que o presente é fugidio, logo será passado. Este contexto da agoridade amplia a sensação de que corremos para entrarmos em sintonia com as mudanças da vida. A forma como consumimos informações e nos relacionamos com o universo digital cria uma percepção de que o tempo escorre pelas mãos, já que recebemos a todo instante atualizações e novas exigências quase em tempo real. O tempo fragmenta-se, borda-se na fissura do concreto com o virtual, do fato real com o fato interpretado de forma deturpada.

Nas redes sociais, o tempo aparece fracionado em pequenos pedaços: postagens efêmeras que se perdem rapidamente no fluxo midiático, o que nos treina a consumir informações em pílulas rápidas, criando uma sensação de falsa hidratação. Com respaldo de Milan Kundera (1985), refletimos que a (in)significância do instante é o que o torna tão rápido. Esta edição é, portanto, a última deste ano. Tantos artigos, tantos assuntos abordados no eixo temático do Programa de Pós-Graduação em Segurança Internacional e Defesa e da nossa revista! Em janeiro de 2025 recomeçamos ou continuamos nossas tarefas: articulistas, pareceristas, equipe editorial e gráfica. É o eterno retorno que nos remete a Nietzsche (2011) e a continuação da engrenagem da vida.

Abrindo esta edição, em Ciclos de desenvolvimento de tecnologias de Defesa, Francisco José Umgeher Taborda e Claudio Rodrigues Corrêa comentam essas etapas destacando os desafios e custos envolvidos no processo desses ciclos e exploram assuntos como a dificuldade de desenvolver tecnologias de defesa autóctones, o caso dos reatores nucleares embarcados, a defasagem tecnológica suprida por aquisições externas, entre outros.

No segundo artigo, O impacto das operações Ágata: uma análise sob a ótica do retorno sobre o investimento para o setor público, Abel de Castro Laudares e Luiz Tirre Freire discorrem sobre a repercussão das ações lançadas pelo Ministério da Defesa em 2011 como parte do Plano Estratégico de Fronteiras, com o objetivo de combater crimes transfronteiriços e questões ambientais nas regiões de fronteira do Brasil.

Em seguida, Por uma discussão da Economia Política dos Núcleos Estratégicos Nacionais, de Bernardo Salgado Rodrigues, é pautado o desafio geopolítico do Brasil em evoluir uma grande Estratégia Nacional, chamando novos partícipes e destacando a importância de modificar a mentalidade brasileira para enfrentar as dificuldades do país e de trazer ao debate público o elenco desses Núcleos como elementos essenciais para impulsionar a reindustrialização nacional.

Daniel da Silva Ferreira e Marco Cetale, em Histórico e implicações da mudança dos polos de produção petrolífera no Brasil sob a ótica de poços perfurados, examinam a evolução da atividade petrolífera no Brasil, traçando um panorama histórico nacional, desde as primeiras iniciativas no Império até o cenário vigente, e destacando a mudança dos polos de produção, os investimentos da Petrobras e as tecnologias desenvolvidas.

O artigo de Marcus Vinícius Gonçalves da Silva, Capacidades da Zona Franca de Manaus no desenvolvimento de tecnologias emergentes para o setor de Defesa, debate a necessidade de estratégias eficazes para alocar recursos, tanto públicos quanto privados, para fortalecer a Base Industrial de Defesa (BID), essencial para a segurança nacional e o crescimento econômico e regional, destacando o potencial da região manauense.

No sexto artigo, O pleito ao acesso ao conselho de segurança das nações unidas como membro permanente e o poder aeroespacial brasileiro, de Thiago dos Santos Dias e Guilherme Sandoval Góes, é examinado o histórico, insistente e justificado pleito do Brasil para se tornar membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), destacando a Força Aérea Brasileira como forte apoio para a eleição de uma futura reforma do órgão internacional.

O artigo Equador, epicentro da violência organizada e do crime transnacional, de Kléver Antonio Bravo, é apresentado em duas versões: a original, em espanhol; e em português, em versão traduzida por Bárbara Soares dos Santos. O articulista disserta sobre a grave situação no seu país, protagonizada por gangues do crime organizado que, desde o início de 2024, são classificadas pelo governo como "organizações terroristas e atores beligerantes não estatais". Essa designação levou à declaração de estado de emergência e a um aumento da atuação militar contra esses grupos.

Por fim, Cláudio Júnior Damin, em A debaathificação e a dissolução do exército do Iraque em 2003, analisa as medidas tomadas pelas autoridades civis no início da intervenção militar anglo-americana no Iraque, em 2003 - especialmente os decretos da Autoridade Provisória da Coalizão (CPA) relacionados à debaathificação e ao declínio do Exército iraquiano - e suas consequências para o país. Salienta também que o presidente da CPA, Paul Bremer, ambicionava afastar da administração do país os partidários de Saddam Hussein, que, entre 1966 e 1968, se tornou uma figura de grande relevância no interior do Partido Ba’ath.

Final de ano. Momento de balanço: vários articulistas expressam, interpretam, ressignificam, no âmbito nacional e internacional, questões que continuam na mira da curiosidade, do querer conhecer mais. Pólen espalhado. Boa leitura!

 

 

REFERÊNCIAS

 

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Tradução de Mário da Silva. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

 

KUNDERA, Milan. A Insustentável Leveza do Ser. Tradução de Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Publicado: 18-12-2024
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